Por: Rodrigo G. M. Silvestre
O Brasil possuí cada vez mais pessoas que precisam empreender para sobreviver. Essa massa de pessoas não encontrará no curto prazo postos de trabalho formais, aqueles que garantam sua dignidade e inserção social satisfatória. Por essa razão é fundamental que os diálogos da esquerda possam atualizar os discursos para contemplar esse enorme contingente de cidadãos.
As práticas de apoio do Estado à atividade empreendedora tem focado quase que exclusivamente no empreendedorismos tecnológico inovador. São moldadas por uma falsa percepção de que há espaço para todos e todas na economia capitalista competitiva. Nesse caso, bastaria uma boa ideia e muita competência para que o resultado seja produzido. É a ideia da meritocracia neoliberal, onde o homem sozinho pode vencer o sistema e, independente de sua classe ou posição social, galgar as benesses da livre concorrência.
Sabemos hoje, que esse tipo de visão é excludente e que apenas mascara os privilégios dos empreendimentos que são feitos pela própria elite detentora do capital. Não é provável que as oportunidades sejam aproveitas da mesma forma, dado os diferentes contextos onde elas surgem. É preciso uma intervenção do Estado, não apenas para dirimir as imperfeições do mercado, mas para liderar o processo de mudança social. Marina Mazzucato chama isso de Estado Empreendedor.
Para o Brasil, que é um país empreendedor por natureza, não há Estado mais apropriado do que aquele que direciona a atividade econômica com base nas necessidades reais e objetivas de sua população. Em linha com esse argumento a pergunta do correspondente do jornal América Profunda foi feita ao pensador Emir Sader sobre qual o desafio de incluir no discurso da esquerda o grupo de empreendedores e empreenderas brasileiros.
O evento foi promovido pelo SINDICATO DOS TRABALHADORES EM EDUCAÇÃO PÚBLICA DO PARANÁ (APP Sindicato) e pode ser revisto na integra no portal da entidade. Aqui colocamos o recorte com a pergunta e a resposta feita pela participação do Jornal América Profunda para provocar a reflexão.