Caros Leitores, sejam bem vindos ao Jornal virtual América Profunda, seu jornal mensal de atualidades latino-americanas, mesmo que essas atualidades se remetam a séculos e séculos de construção histórica e fenomenológica do ser latino-americano. O titulo do jornal ganha esse nome em referência à obra mais conhecida do argentino Gunther Rodolfo Kush, um filósofo que tentou sempre traduzir e evidenciar as origens latinomaericanas em contraposição ao que nos foi colonizadamente inserido, seja no aspecto moral, religioso, cultural e/ou filosófico.
Sugerir-se viver a partir de si mesmo, antes de assimilação cega de culturas estrangeiras como sendo a verdade absoluta, superando a vida submissa, resignada e subserviente é fundamental para reconhecer os valores do que já se tem, que é cultura própria.
Buscar tais elementos como constitutivos de um povo que, em grande medida, foi explorado e permaneceu inerte; o que veio e continua vindo de fora, além da imposição, é aceito por haver acostumado a um ritmo de vida passiva. Portanto, clama repensar sua posição; clama oferecer os elementos próprios daqui, deste lugar, para que sejam pensadas novas maneiras. Como nos lembram alguns filósofos, é preciso pensar de outro modo. É isso que os autores deste jornal nos propõem: pensar de outro modo, pensar de outro lugar (do aqui) e fazer valer o que aqui é vivido.
Na primeira edição você vai encontrar análises conjunturais sobre a violência neoliberal a um continente que se despedaça por ações cada vez mais arbitrárias e reacionárias como é o caso do Brasil; encontrará também o papel central do maior movimento mundial sócio/politico existente, o movimento feminista, e as agruras vividas pelas mulheres deste continente; análise a cerca de uma nova America Latina possível com base nos textos de Alvaro Garcia Linera; crônicas e demais opiniões a cerca do ser existencial latinomericano e suas características riquíssimas e sólidas que nos fazem transcender às volências colonialistas, seja pela música que nos abunda, seja pela culinária que nos une, seja pela poesia que nos fortifica. Até pela nossa história, que nos sangra mas ao mesmo tempo nos estimula a criar nosso sol de cada dia, também encontraremos aqui. E por falar em sol, a estrela que nos guia pra romper as correntes do imperialismo onde criamos e resignamos novos horizontes será sempre do tamanho dos nossos sonhos e dos nossos amores, porque a América Latina é uma mulher mãe, guerreira, forte, amante e ardente que luta pelos seus filhos e pelo seu lar, como as sementes lutam pela potência de um dia ser árvore e os homens lutam para um dia serem livres.
Em frente América Profunda, cresce-te e anda! Independente e altiva, será o berço de uma linguagem contrária ao arbítrio, sensível à localização e utópica por um planeta justo, digno e de igualdade social.
Viveremos e Venceremos.